Saúde fica com metade das emendas parlamentares, segundo relatórios da CMO.

Saúde fica com metade das emendas parlamentares, segundo relatórios da CMO.

Saúde fica com metade das emendas parlamentares, segundo relatórios da CMO.

 

A Comissão Mista de Orçamento (CMO) pode concluir nesta terça-feira (16) a votação dos 16 relatórios setoriais ao Orçamento de 2021. Eles liberam R$ 19,7 bilhões em emendas parlamentares. A área da Saúde é maior beneficiada com as sugestões de despesas apresentadas por senadores, deputados, bancadas estaduais e comissões permanentes do Congresso Nacional.

Os R$ 19,7 bilhões em emendas atendidas pelos relatores setoriais representam 42% do valor originalmente solicitado. No início deste mês, os parlamentares apresentaram sugestões de despesas que ultrapassavam os R$ 47 bilhões.

Em um ano ainda marcado pelo enfrentamento da pandemia de coronavírus, a Saúde deve ficar com praticamente metade (49,5%) das emendas autorizadas pelos relatores setoriais. São R$ 9,79 bilhões, distribuídos em 2.845 sugestões de despesas.

A CMO criou uma ação específica para reforçar os recursos para o combate à covid-19. Ela será computada no Orçamento de 2021 como uma ação e serviço público de saúde (ASPS), o que obriga o Poder Executivo a empenhar pelo menos 50% das emendas individuais alocadas.

Segundo a relatora setorial da Saúde, deputada Aline Sleutjes (PSL-PR), o dinheiro extra — estimado em R$ 869,3 milhões — pode ser aplicado no financiamento dos serviços de saúde na atenção básica e de média e alta complexidade. A ação pode também custear aquisição e distribuição de medicamentos e insumos, realização de pesquisas, contratação de serviços emergenciais de saúde e vacinação.

Apesar do reforço nas emendas, o orçamento global da Saúde deve sofrer uma baixa. O valor de R$ 136,8 bilhões em despesas previstas para este ano é 21,9% inferior ao que foi empenhado no ano passado — levando em conta os R$ 41,8 bilhões aplicados no enfrentamento da pandemia em 2020. O setor de investimentos perde 39%, e as despesas correntes, 3%. Os gastos com pessoal ficaram estáveis em relação a 2020.

Na segunda-feira (15), a CMO aprovou 9 dos 16 relatórios setoriais (Desenvolvimento Regional; Agricultura; Turismo e Cultura; Defesa; Meio Ambiente; Presidência e Relações Exteriores; Minas e Energia; Poderes; e Mulheres, Família e Direitos Humanos).

Na manhã desta terça-feira, foram aprovados mais quatro textos (Saúde; Cidadania e Esporte; Economia; e Educação). Três relatórios ainda estão pendentes de votação (Justiça e Segurança Pública; Infraestrutura; e Ciência & Tecnologia e Comunicações). Eles podem ser apreciados pela CMO em reunião convocada para esta terça-feira, às 14h30.

Desenvolvimento Regional

Neste ano, os senadores são responsáveis por seis áreas temáticas. O senador Confúcio Moura (MDB-RO) é responsável pelo relatório setorial de Desenvolvimento Regional. Dos R$ 9,1 bilhões associados ao Ministério de Desenvolvimento Regional (MDR) em 2021, pouco mais de R$ 2,6 bilhões correspondem a dotações condicionadas, que dependem de aprovação de crédito pelo Congresso.

O valor total representa uma redução de 6,3% em relação ao que foi proposto no projeto orçamentário de 2020. “Todas as unidades orçamentárias do MDR apresentaram decréscimos em suas dotações propostas para 2021. Com destaque para o Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social (-37,5%) e para a Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre (-12,9%)”, destaca Confúcio Moura no relatório.

Cidadania e esporte

A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) relatou a área temática de Cidadania e Esporte. O montante atribuído ao setor é de R$ 104,1 bilhões. O Fundo Nacional de Assistência Social, responsável pelo pagamento do Benefício de Prestação Continuada (BPC) a idosos e a pessoas com deficiência, detém 64,3% do total.

O gasto com o Programa Bolsa Família, que caiu em percentual do produto interno bruto (PIB) até 2018, deve crescer em 2021, retomando o patamar de 2019. “O PLOA [Projeto de Lei Orçamentária Anual] 2021 prevê um dispêndio de R$ 34,3 bilhões, frente aos R$ 29,5 bilhões autorizados para 2020, um aumento de 16,4%. Prevê o atendimento de 15,2 milhões de famílias, 2 milhões a mais do que o previsto para 2020, que foi de 13,2 milhões de famílias” explica Eliziane Gama.

Defesa

O senador Sérgio Petecão (PSD-AC) responde pela área da Defesa. Dos R$ 117,6 bilhões previstos para 2021, 43% dependem de aprovação de crédito adicional pelo Congresso. As despesas com pessoal e encargos sociais devem consumir R$ 89,5 bilhões, o que equivale a 76% do total programado para o Ministério da Defesa.

O relatório destaca as ações prioritárias para 2021. Entre elas, a aquisição de aeronaves de caça (R$ 1,5 bilhão), a construção das corvetas da Classe Tamandaré (R$ 1,5 bilhão), a operação do Sistema de Controle do Espaço Aéreo Brasileiro (R$ 827 milhões) e a construção de submarino de propulsão nuclear (R$ 646 milhões).

Justiça e Segurança Pública

O senador Plínio Valério (PSDB-AM) é o relator setorial de Justiça e Segurança Pública. Ele manteve sem cancelamentos a programação de R$ 17,1 bilhões prevista para 2021. No documento, Valério recomenda ao relator geral do Orçamento, senador Márcio Bittar (MDB-AC), a recomposição das dotações de dois órgãos importantes para a Amazônia. A Fundação Nacional do Índio (Funai) e o Fundo Nacional Antidrogas foram atingidos com o corte linear de 4% imposto a todos os ministérios.

“A par das restrições de recursos que essa relatoria teve, entendemos necessário alertar para a importância da recomposição dos cancelamentos ocorridos na programação do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Sugerimos, portanto, ao relator geral que verifique a possibilidade de recompor as programações, principalmente em relação às programações da Funai e do Fundo Nacional Antidrogas, no montante de R$ 4,6 milhões e R$ 163 mil”, recomenda Plínio Valério.

Presidência e Relações Exteriores

O senador Marcos Rogério (DEM-RO) relata o setor de Presidência e Relações Exteriores. A proposta orçamentária prevê R$ 10,97 bilhões para os órgãos da área temática, uma redução de 3,3% em relação à proposta para 2020.

“Considerando a inflação acumulada em 12 meses, o decréscimo em termos reais foi de 5,5%, ou seja, R$ 642 milhões. Há grande concentração de despesas no grupo Pessoal e Encargos Sociais (R$ 7,4 bilhões), que equivale a 67% do total programado. O grupo Outras Despesas Correntes (R$ 3,4 bilhões) corresponde a 31% do total de dotações, e o de Investimentos, 1,7% do total do setor (R$ 186 milhões)”, detalha Marcos Rogério.

Minas e Energia

A senadora Zenaide Maia (Pros-RN) é a relatora da área temática de Minas e Energia. Ela destaca o volume do Orçamento de Investimento. São R$ 133 bilhões, o que representa 93% do total de despesas programadas para a pasta.

“Se considerarmos todos os investimentos previstos no PLOA 2021 [PLN 28/2020], a participação da programação da área temática no montante dos investimentos totais continua bastante significativa. De um total de R$ 170,2 bilhões de investimentos previstos para todos os órgãos que estão no PLOA 2021, o MME contempla 78,21% desse total” informa Zenaide Maia.

RELATÓRIOS SETORIAIS – EMENDAS PARLAMENTARES

Saúde

2.845 EMENDAS
VALOR SOLICITADO: R$ 12,653 bilhões
VALOR ATENDIDO: R$ 9,796 bilhões

Desenvolvimento Regional

476 EMENDAS
VALOR SOLICITADO: R$ 8,632 bilhões
VALOR ATENDIDO: R$ 3,014 bilhões

Economia

666 EMENDAS
VALOR SOLICITADO: R$ 7,273 bilhões
VALOR ATENDIDO: R$ 1,995 bilhões

Educação

662 EMENDAS
VALOR SOLICITADO: R$ 2,881 bilhões
VALOR ATENDIDO: R$ 1,219 bilhões

Agricultura

330 EMENDAS
VALOR SOLICITADO: R$ 3,025 bilhões
VALOR ATENDIDO: R$ 754 milhões

Infraestrutura

76 EMENDAS
VALOR SOLICITADO: R$ 3,909 bilhões
VALOR ATENDIDO: R$ 689 milhões

Cidadania e Esporte

724 EMENDAS
VALOR SOLICITADO: R$ 891 milhões
VALOR ATENDIDO: R$ 649 milhões

Justiça e Segurança Pública

273 EMENDAS
VALOR SOLICITADO: R$ 2,419 bilhões
VALOR ATENDIDO: R$ 469 milhões

Defesa

225 EMENDAS
VALOR SOLICITADO: R$ 1,871 bilhões
VALOR ATENDIDO: R$ 441 milhões

Turismo e Cultura

344 EMENDAS
VALOR SOLICITADO: R$ 1,184 bilhões
VALOR ATENDIDO: R$ 306 milhões

Mulher, Família e Direitos Humanos

275 EMENDAS
VALOR SOLICITADO: R$ 704 milhões
VALOR ATENDIDO: R$ 201 milhões

Ciência & Tecnologia e Comunicações

125 EMENDAS
VALOR SOLICITADO: R$ 448 milhões
VALOR ATENDIDO: R$ 144 milhões

Meio Ambiente

97 EMENDAS
VALOR SOLICITADO: R$ 960 milhões
VALOR ATENDIDO: R$ 63 milhões

Presidência e Relações Exteriores

24 EMENDAS
VALOR SOLICITADO: R$ 74 milhões
VALOR ATENDIDO: R$ 10 milhões

Minas e Energia

3 EMENDAS
VALOR SOLICITADO: R$ 100 milhões
VALOR ATENDIDO: R$ 3 milhões

Poderes

VALOR SOLICITADO:
VALOR ATENDIDO:

TOTAL

VALOR SOLICITADO: R$ 47,024 bilhões
VALOR ATENDIDO: R$ 19,753 bilhões
Fonte: CMO

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado).

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